quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que somos?

É de conhecimento de todos, desde o mais leigo no assunto até o mais sabido, que nós, seres-humanos, somos de fato diferente das outras espécies de ser-vivo. Alguém pode dizer que essa diferença consiste na capacidade de pensar e que nós somos animais racionais. A assertiva está parcialmente correta, porém não é essa a única e principal diferença.

Se posicionarmos um obstáculo frente a um inseto, com certeza ele irá desviar, pondo em prática a capacidade de racioncínio que tem. Logo não podemos dizer que "eles" não pensam e não selecionam a melhor escolhar a fazer.

O serne daquela diferença está em uma característica exclusivamente nossa, a nossa Capacidade Simbólica. Vamos entender o que seria essa característica:

O homem não vive em um universo pura e simplesmente físico, vive também em um universo que é criado por ele mesmo e por todos os outros ao seu redor. A criação desses universos (sem aspas) é possibilitada pela capacidade simbólica do homem, que se resume na nossa capacidade de introspecção. Julgo que o que mais marca um ser simbólico ou homo sapiens é o poder de pensar e refletir não só sobre o mundo mas sim relacionar o seu interior com seu meio externo e através disso tirar conclusões.

Possivelmente nos tornamos o que somos hoje e temos o poder que temos pelo exercício do nosso simbolismo ao longo do tempo, ora, como assim simbolismo ? Essa idéia está muito ligada aos nossos sentidos. Podemos dizer que o exercício da nossa capacidade simbólica tende para o lado da relação interior-exterior. É possível pensar que ao longo da evolução de nossa espécie fomos obrigados a dispor de nossos sentidos para sobrevivermos e evoluirmos, aqueles que não o faziam, não sobreviviam. Dessa forma podemos ver aí onde mais "treinamos" nosso simbolismo , ao longo da evolução; quando nossos ancestrais utilizavam os sentidos naturais, eles relacionavam o interior como o meio externo, exercíciam a capacidade de introspecção, consequentemente aprimoravam sua capacidade simbólica. Ao longo de milhares de milhões de anos essa capacidade foi sendo desenvolvida e, ao meu ver, devemos encará-la como um herança tão preciosa quanto a nossa unicidade diante das outras espécies.

Seguindo essa linha de raciocínio podemos concluir que quanto mais exercemos nossa capacidade simbólica, mais nos aproximamos do que somos por natureza, o animal symbolicum. Ao desenvolver nossos conhecimentos gerias sobre o mundo, ao buscarmos nossa cultura, ao tentarmos entender nosso interior, estamos expandindo nosso tecido simbólico e fazemos com que a espécie humana  mantenha-se no lugar que herdamos.

Porém o próprio homem vem posicionando obstáculos para o desenvolvimento de seu simbolismo futuramente veremos alguns desses obstáculos e estudaremos mais profundamente a questão do simbolismo humano.

Próximo post: O primeiro obstáculo do simbolismo.

Um abraço.

Franco.

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